São quase 18 horas de um domingo.
A tarde é fresca, finda o sol, muito ar.
Num canto do quarto o violão sem cordas
Como eu o deixei para não me tocar.
A cama desarrumada e fria dorme.
Uma lâmpada acesa faz brilhar o espelho.
Eu me olho. E me olho bem, as rugas, o desespero.
Sento novamente na beira da cama.
O silêncio grita sufocado.
Na gaveta entreaberta vejo um retrato já amarelado.
Olho ao redor as velhas paredes.
Procuro encontrar algo, quem sabe alguém.
Mas nada vive, nada me fala.
E eu, parece, não vivo também.
No peito sinto dor e agonia.
Gotas de suor molham meu rosto.
Agora o cinza da noite acende no céu.
Nem sinal da minha renascença.
Pela janela aberta vejo a luz do posto.
Está tudo em desordem.
Eu quero gritar, gritar alto, bem alto.
Pela fresta da porta o silêncio foge.
E no mesmo momento o amor aparece.
Corro ao seu encontro mas ele passa por mim.
Perambula pelo quarto, remexe em tudo,
Busca tudo, tudo menos eu.
Na gaveta entreaberta ele encontra o retrato
E como por mágica se vai.
Roberto,
ResponderExcluirOlhar-se bem, todos os "eus" que nos circundam, não é tarefa fácil! No entanto, quanto encantamento traz para a poesia e para o poeta essa investigação. Parabéns. Beijos
Saudade enorme de um mestre conhecido por mim em sítio outro,alegia abissal e reencontrar padrinho dos neófitos poetas, e mestre dos mestres em poesia e simplicidade atuar em cânticos poemas seus!
ResponderExcluirTe reverencio, Mestre Nosso!
Viva a Vida!
Roberto?!! Que bom te achar aqui? Nossa, quanta gente amiga que esto reencontrando, que feliz!
ResponderExcluirVai me visitar nos meus bloguinhos.
Beijo da Lu - de saudade.
Queridos Tere, Ricardo e Lu, obrigado pela visita e voltem sempre. É um grande prazer e uma honra tê-los por perto novamente. Grande beijo
ResponderExcluirobrigada poeta-amigo por declarar meus sentimentos nestes momentos de decisão na vida, como você diz: "o amor aparece.
ResponderExcluirCorro ao seu encontro mas ele passa por mim.
Perambula pelo quarto, remexe em tudo,
Busca tudo, tudo menos eu..." beijo em seu coração! obrigada pelas palavras!