terça-feira, 19 de maio de 2009

Drummond (19.08.87)

Adeus doce poeta amargo.
De ti não li poema algum
E apesar de ser assim
Agradeço-te por tê-los escrito.

Adeus doce poeta triste.
Muito me inspirei na tua fama,
No teu sucesso que reverencio
Mas confesso nada de ti ter lido.

Nada enquanto existiram pedras
Diante das minhas retinas.
Não que sejas um poeta menor
Mas sim porque sou eu um leitor menor.

Não te dou adeus porque
Tu estás no que pensavas e
Teu pensamento não se foi.

Acredito que tenhas removido
A redundante pedra do teu caminho
E justamente por isso rendo-me a tua coragem
De ser covarde e deixar-se ir,
Imputando à poesia outra longa viuvez.

Um comentário:

  1. "Tu estás no que pensavas e
    Teu pensamento não se foi."

    O pensamento é a única via onde nada se apaga...só quando queremos...

    1 Bj*
    Luísa

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