quarta-feira, 16 de março de 2011

Minha mulher está linda!

Dos teus cabelos brotam duas violetas cor de sonhos
que emolduram teu rosto meigo e risonho
ao som de uma música qualquer.

Teus úmidos lábios carmim entreabertos,
como se desejando pronunciar uma palavra,
à luz do abajur.

Pelo decote benevolente,
vejo um colo branco e suave
delineando as curvas sinuosas dos teus seios.

E o vestido em tons de azul e lilás,
seda transparente,
voa ao sabor dos ventos que invadem nossa porta.

Linda imagem dos meus sonhos,
tão material, tão tangível.

Minha mulher está linda !

Eu a amo!

Espera

Não sei mais o que carrego comigo,
se o desespero como castigo,
se mágoa da solidão.

quando imagino deserta
minha cama da minha paixão.

de ver começar outra dança
uma daquelas que eu saiba dançar.

Mas não me iludo com esta poesia,
pois já vai raiar outro dia
e minha felicidade ainda vai esperar.

Encontrei

Vejo no brilho do sol refletido em teus olhos
A luz que eu vinha buscando para iluminar
Meus caminhos, meus passos errantes,
desvendando o caminho da paz.

Já não me importa o que dizem pelo mundo,
Pois já te encontrei tão amor,
Tão coisa louca que eu tanto buscava
Tão fina e tão rara como a mais perfumada flor.

Nos teus cabelos tão macios que afago,
Formosos cachos deságuam como rios
Nas curvas deliciosas que tua cintura tem.

E quando te toco me acende o peito
E em brasa te sinto no meu leito,
Suave como pluma quando a noite vem.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Emaranhados

Ao abrir as portas da minha vida
Ou romper as janelas dos meus olhos,
Sinto que eu não estou em casa
E volto para junto da calçada.

Paro em frente ao portão do peito,
Puxo a maçaneta do meu braço
E ouço um gemido lá de dentro
Querendo dizer: __ Estás errado.

Largo meu corpo nas guias das pernas,
Deito a cabeça numa lata de pedra
E continuo cochilando meu sono.

Acordo comum, terno distinto,
Metido numa capela da vida
Casando-me com meu próprio sonho.

Drink de formol

Começa o espetáculo,
Gritos esparramados pelo ar,
Bocas sem dentes inteiros,
Gente usando os banheiros,
Corpos caindo ao mar.

Alguém berra nome feio,
Vem o guarda prender e calar.
Tem  muita dor de cotovelo,
No pau tem bicho barbeiro
Não custa recomeçar.

Atiro a ponta do cigarro,
Cuspo no chão e passo o pé.
Viro as costas, vou andando,
Não calo mesmo e vou cantando
Pras pernas da minha mulher.

Lá chegando, sem espetáculo,
Na televisão tem futebol,
Atiro-me no meio delas
E tomo um drink de formol.

Convicção

Veja você, este espelho não erra.
Ninguém vai poder te impedir de olhar.
Nada acontece da noite pro dia
Nem toda agonia irá terminar.

Levanta o braço e acenda o teu fogo.
A luta não pode parar.
Vitória é lema que a gente precisa
De qualquer jeito cantar.

Morra mas não negue o que pensas.
Morra mas não peça licença.
Morra mas não leve esta ofensa.

Você tem tudo ou tem nada no bolso
Mas mesmo assim tudo vai se arranjar.
Plante a certeza no solo do peito
E a liberdade já vem fecundar.

Mova montanhas aos olhos do povo
E alguém logo acreditará
Que o silêncio não fala verdades,
Somos nós que as devemos gritar.

Morra mas não…