quinta-feira, 28 de julho de 2011

Visão fotográfica

Eu vi um parque cheio de crianças,
Uma gritaria, um corre-corre, um pula-pula.
Eu vi um lago cheio de carpas coloridas,
Um silêncio enorme, um mergulho de profunda paz.

Eu vi pássaros cheios de asas
Roçando os telhados das casas, um voa-voa macio.
Gravei tudo como uma fotografia que até agora não amarelou.
Continuo vendo cenas, vivendo cenas, encenando.

Agora é o sol que urina seus raios em nossos vasos sem flores.
Vejo muitas sombras aflitas fugindo da falta de luz.
Cada qual carrega sua cruz tatuada no ombro.
Revejo a fotografia ainda com brilho.
As crianças têm olhos para as carpas, para os pássaros.
Fico observando-as com inveja. É pena.
Eu cresci e sei que não estou na fotografia.
É pena.

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