terça-feira, 28 de abril de 2009

Ipiranga com São João

Inspirado vou descendo a São João desde o Banespa,
Curvo-me à São Bento, reverencio o Líbero Badaró,
Respiro fumaça na Praça do Correio e lamento estar só.

Continuo São João que agora subo,
Corpo ereto, mente lavada, alma que flutua,
Corto Conselheiro Crispiniano rumo a não sei onde.

Mas continuo São João, Largo do Paissandu afora,
Respiração fica ofegante, paro no churrasco grego que adoro
e vejo já, carros e ônibus pulsando na esquina mais famosa.

Agora é Ipiranga, um cruzamento em cruz de malta,
Controlo meus pés, afinal é chegada a hora e o suor me salta
Testa abaixo com um prazer incontável.

Estou no vértice de São Paulo, parado, autômato, estátua.
Vejo no horizonte a Praça da República e um povo apressado
ganhando terreno a todo custo no embalo de mais um dia.

Mais um dia feliz na metrópole dos sonhos noturnos
e soturnos de uma única vez. E minha tez transpirando
engulo o vento querendo copular com as estrelas.

Ah, Ipiranga amiga velha de guerras e paz !
Ah, São João, eu te amo demais !

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