quinta-feira, 11 de junho de 2009

Aspirações de moço




Em breve assumirei meu trono,
Minha redoma fechada, lacrada e impenetrável,
Meu mundo atrativo, compensador,
Minha aspiração de moço.

Meu corpo acompanha as evoluções da vida,
Da matéria viva, do espaço delimitado,
Das condições atuais, da política transitória
Desta minha aspiração de moço.

Minha mente brilha convencida e alucinada pela cultura.
Agita meu corpo em cópula ininterrupta e confina os saberes
Em clausuras de asfixia, nesta aspiração de moço que eu tenho.

Minha alma acesa como a vida, flutua no meu corpo aceso como fogo,
E no espaço dele, se concentra, ardorosa, amante das minhas aspirações de moço.

Coisa séria, responsável, coisa de homem, sonho de jovem,
Guerrilheiro, lutador, arma em punho, fé no amor, cartas na mesa,
Tudo legal na trincheira, tudo por bem das aspirações de moço.

Quantas formas irregulares nas sombras da noite, quantas noites irregulares nas formas
Das sombras que quebram e defloram a imaginação minha, nestas eloqüentes aspirações de moço.

Quantos canhões exóticos, quantas batalhas cegas, quantas pessoas surdas às minhas canções de moço.

Sim, canções de moço forte, idealista, responsável.
Poemas de moço puro, virgem, imaculado, que cansado não se rende,
Que derrotado não se entrega, que assassinado nunca morre.

Canções de um homem, quase gente, humilde e poeta, apenas poeta de si mesmo.

Aspirações nobres, soberanas, inegavelmente percebidas,
Indiscutivelmente corrompidas e nada mais...

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