sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Lamentos em confissão

Muito forte é a dor que me consome as entranhas da mente, a consciência,

que o pesar da carência me devora as atitudes que não tomo, ignoro.


Já não durmo mais sequer uma noite na vigília a lastimar minha sorte
nada acontece que eu não seja o próprio agente da minha morte.

E ao desejar outro destino agora tento esquecer que sou meu perigo,
que estou colhendo o castigo plantado na ânsia de ser melhor.

Desejo a morte pela covardia cansado de lutar comigo mesmo,
transpirando vícios corrosivos a esmo sonhando renascer um novo dia.


Um novo dia que me acalme a alma que me dê trégua, que me contagie
com o aroma puro da felicidade que tenho buscado em vão cada dia.

Todo dia passa e eu passo os dias sempre muito iguais, repetitivos,
vou buscando a paz que não contagia tudo faço mas sem ousadia.

Já cansei de chorar escondido, fugindo dos que me animam,
matando um amor que denuncia estar na angústia da minha companhia.

Aos amigos um amargo remédio tenho sido ao longo desta vida
aos meus pais um peso concreto na decepção de não ter medida.

Perdi a carne do coração vadio que muito sonhava e quase batia,
perdi a moral do caráter doentio que me fez viver enquanto morria.



3 comentários:

  1. Mr. Rob. gosto mais desse estilo visceral. Revela mais o que vai por dentro.

    Abçs.
    Leandro Soriano

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  2. Derramaste um sem par de palavras, todas ricas de sentido e sentimento. Vou lendo.
    Abraço

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  3. Obrigado amigos Tere e Leandro. Só um adendo; Este poema foi escrito no leito da UTI onde, em 1999, fiquei em observação após um infarto do miocardio. Nele eu perdi cerca de 20% do músculo do coração...Abs,

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