segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Aos tempos de hoje

Eu conheço o preço das crianças na boemia,
Do ébrio nas noites frias
Do inocente no cadafalso.

Eu conheço a fome, a luta pela vida,
O trapo sobre o corpo, o pé sobre avenidas,
O frio doer matando, a carne seca e magra.

Eu conheço um canto, lá no fim do verde,
Que é sujo e preto, lá no fim da noite,
Onde eu sempre brinco de viver contente.

Eu conheço o vício, o nobre aloprado,
O cume da pobreza, o antro dos tarados,
O corpo tão doente, as formas todas quentes,
As lutas pelo nada.

Eu conheço o roubo, o assassinato, o crime,
Não sei se tenho nome, só sei que me redime
Escrever teu nome nas paredes virgens.

Eu quero conhecer teu corpo,
Teus lábios, teu enxoval,
Teu hálito, teu sentido,
Teu cheiro no carnaval.

Eu quero saber teu corpo, suar bem junto de ti.
Morar nas tuas entranhas,
Até você me parir.

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