segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Buraco da noite

Está ficando quente no buraco da noite
E a gente se agasalha com um cobertor de seda.
A cada lágrima derramada uma tristeza,
A cada palavra pronunciada um beijo.

Não devemos caminhar às cegas pois
Enquanto eu acuso você nega
E enquanto me acusas eu me desespero.

Devemos apenas viver em harmonia,
Sem ódio ou tristeza, sem fantasia,
Enquanto a noite não nos traga a solidão.

A morte de olhos abertos e ar nos pulmões.
Aquela donzela encantada que espreita na madrugada
Encarnada na noite veloz.

A gente se perde em palavras no buraco da noite.
Caem os travesseiros e voltam as dores que tanto custaram a cessar.

Precisamos olhar com olhos vivos,
Caminhar com todos os sentidos aguçados de tanto amar.

Se somos um só no buraco da noite,
Devemos manter o equilíbrio sem açoite
Pois de dia o sol finalmente nascerá e nos açoitará.

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